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Dilema digital: o desafio de controlar uso de celulares entre crianças e adolescentes

Por Lucy Nunes, Diretora Escola Eleva São Paulo


Em maio, 65 mil crianças e adolescentes franceses foram desafiados a passar 10 dias sem eletrônicos (smartphones, videogames, tablets e TVs). A iniciativa, denominada "10 jours sans écrans" (10 dias sem telas), teve origem no Canadá, mas conquistou seguidores na França, incentivando jovens e adultos a deixarem os dispositivos de lado temporariamente e se dedicarem a outras atividades.

 

O uso de celulares por crianças e adolescentes é um tema amplamente debatido, com diversos estudos destacando os potenciais prejuízos ao desenvolvimento cognitivo. A tecnologia, embora possa ser uma aliada, rouba a atenção e apresenta desafios significativos, especialmente no que diz respeito à interação social desses jovens e à concentração.

 

Recentemente, um relatório divulgado na França por especialistas – incluindo neurologistas e psiquiatras – recomendou que crianças de até três anos não tenham acesso a telas. A partir dos seis anos de idade, a recomendação é de que o uso deve ser bastante limitado. Em relação aos adolescentes, o aconselhável é autorizar o uso do celular, mas sem acesso às redes sociais. Um desafio considerável para pais e educadores uma vez que as gerações atuais já nascem imersas no mundo digital.

 

No entanto, em um cenário em que celulares e tablets são entregues para crianças desde bem pequenas como forma de distração, o que se observa é a formação de uma geração ansiosa e menos conectada socialmente. A interação presencial desses jovens – em parques, clubes, condomínios – tem sido substituída por chamadas de vídeo. Os que possuem acesso irrestrito ao celular e às redes sociais sentem que têm controle sobre tudo, e até comportamentos violentos, já que são diariamente expostos a uma enxurrada de informações sem qualquer filtro. É como estar em uma via pública, como a Avenida Paulista, em São Paulo, se comunicando com diversas pessoas simultaneamente, mas sem saber exatamente quem são, sua índole, propósito ou até, se são pessoas.

 

Conexão entre escolas e pais

 

Em nosso dia a dia, observamos as dificuldades enfrentadas pelos pais em controlar o uso excessivo de celulares. Para além de orientar sobre os riscos e os conteúdos inapropriados, a utilização exagerada pode desencadear inúmeros problemas de saúde mental como ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e baixa auto estima.

 

Na Escola Eleva não permitimos o uso de celulares inclusive no Ensino Médio e isso nos traz benefícios muito positivos. Já podemos observar alunos antes considerados distraídos e pouco comunicativos, começarem a interagir e se concentrar mais no mundo real. Alunos nos relatam sentirem-se mais “leves” sem a expectativa de sempre responder mensagens e checar mídia social. Mas o não uso de celulares no ambiente escolar não significa rejeitar avanços e disputar espaço com a tecnologia que é importante parte de nossa vida. Oferecemos ferramentas tecnológicas mais interessantes para os nossos alunos que apoiam o pensamento ao invés da distração.  A escola pode ajudar oferecendo apoio aos pais com materiais de orientação e promover rodas de conversa que auxiliam a esclarecer dúvidas, criar estratégias para fazer o mesmo em casa. O importante é fornecer assistência constante às famílias nesse sentido.

 

O uso de celulares ou qualquer tela exige um equilíbrio cuidadoso entre os benefícios da tecnologia e os riscos potenciais ao desenvolvimento cognitivo e social. Devemos focar especificamente naquilo que está sendo acessado, pois é o conteúdo que define se tem ou não valor para nossas crianças e jovens. As escolas desempenham um papel vital na educação digital, oferecendo orientação e criando ambientes que promovem a interação e o aprendizado profundo com conteúdo de qualidade que serve para estimular o pensamento crítico e criatividade. O alinhamento entre pais e educadores e a comunidade como um todo em relação a isto é essencial para garantir que as novas gerações aproveitem o melhor da tecnologia sem comprometer seu desenvolvimento saudável.

 


Saiba mais sobre a Escola Eleva São Paulo


A Escola Eleva é uma brasileira bilíngue e em tempo integral. Fundada em 2017, a Escola Eleva já conta com 5 unidades, nas cidades do Rio de Janeiro, Recife e Brasília. Em 2024, abriu a primeira unidade em São Paulo, com projeto arquitetônico pensado para estimular a criatividade, imaginação e o desenvolvimento infantil, assinado por Rosan Bosch e Miguel Pinto Guimarães. O campus da Escola Eleva São Paulo está localizado no tradicional bairro da Vila Mariana, onde já foi o Instituto de Belas Artes. Da Educação Infantil ao Ensino Médio, adotam um sistema pedagógico que une o melhor do ensino tradicional com metodologias inovadoras, baseado nos pilares de Excelência Acadêmica, Cidadania Global, Inteligência Socioemocional e Criatividade.


Para ter informações completas sobre a Escola Eleva (mensalidade, níveis de ensino, infraestrutura, depoimentos de famílias e muito mais), acesse a página da escola no comparador de escolas particulares SchoolAdvisor. Clique aqui.

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