top of page

Meu filho foi mordido na escola? E agora?

Atualizado: 18 de mar.

Artigo enviado por Silvia Adrião, Diretora Pedagógica da Escola AB Sabin


É bastante comum nos depararmos com situações de mordidas entre as crianças pequenas, até por volta dos três anos de idade, no universo escolar. Mas o que está por trás dessa reação, que causa tanto desconforto às crianças e também às famílias de quem mordeu e de quem foi mordido? O pode significar a mordida para a criança pequena?


Geralmente, o ato de morder comunica que a criança ainda não consegue fazer uso da linguagem oral para expressar seus sentimentos ou desejos. Ela está em plena construção do seu “eu corporal” e, assim, testa os limites do próprio corpo. Nessa perspectiva, nem sempre a mordida representa uma explosão de raiva, mas sim a manifestação de emoções, frustrações ou desejos.


As expressões corporais são comuns entre crianças pequenas que certamente não agem pensando nas consequências. Fazer uso da linguagem oral para a resolução de conflitos ou para a manifestação de desejos e emoções é um aprendizado social que a criança gradativamente adquire, espaçando cada vez mais sua necessidade de usar o corpo de forma mais impulsiva para comunicar suas reais necessidades e emoções. A mordida, como forma de comunicação, passa por esse caminho também.


Muitas vezes esse comportamento, de morder um colega, é aprendido com adultos ou crianças mais velhas com as quais ela convive. Logicamente não estamos falando de uma intenção explícita de ensinar esse comportamento, porém com as brincadeiras do tipo “Vou morder você”, a criança pode pensar que o ato de morder é algo natural e aceitável em qualquer situação e, por ainda não saber dosar a própria força, pode morder os colegas, machucando-os sem intencionalidade. Diante disso, é interessante que os adultos façam boas escolhas de brincadeiras cotidianas com os pequenos, lembrando que estes, muitas vezes, generalizam os comportamentos e passam a fazer uso da expressão corporal de forma mais exacerbada.


Mas, o que fazer quando as mordidas aparecerem?


A mediação do adulto é fundamental nesse momento, para ajudar a criança na construção de novos significados e na ampliação da percepção do outro, dos sentimentos e das sensações físicas que podem ser geradas por uma mordida. Não há maldade nas crianças que mordem, mas há inabilidade em agir de outra forma. O diálogo, os exemplos e a suavidade em apontar outras possibilidades de agir farão gradativamente com que a criança modele seu modo de se expressar e de agir, compreendendo as necessidades e os sentimentos dos colegas com os quais convive. O adulto deve ser o mediador para que novas linguagens se constituam na convivência entre os pares.


Um olhar especial para aquele que recebeu a mordida também é fundamental. Em primeiro lugar, o acolhimento, compreendendo e validando seu desconforto, pois uma mordida dói muito, não apenas do ponto de vista físico, mas também do ponto de vista das emoções. A criança sente-se verdadeiramente agredida e não compreende de imediato a situação. Na mesma perspectiva daquele que mordeu, o diálogo com o adulto mediador auxiliará a criança mordida a se fortalecer diante do ocorrido, verbalizando ao outro o que sentiu.


A parceria com as famílias também auxiliará no processo para que as mordidas possam dar lugar a outras formas de expressão. Quando a criança sente que os adultos responsáveis por ela partilham das mesmas ideias e amparam-na para superar a fase das mordidas, por meio de intervenções que a façam sentir-se segura e perceber o outro, o salto qualitativo para apoiar-se em outras formas de comunicação mostra-se dia a dia mais evidente e mais efetivo.


Com intervenções que priorizem o diálogo e a valorização das relações entre os pares, a fase das mordidas é, na maioria das vezes, temporária, e os sentimentos negativos gerados por elas dão lugar a aprendizados que se consolidam nas e pelas relações entre as crianças. Sabemos que não há receita pronta, nem a utopia de que essa fase passe em um piscar de olhos, mas temos a certeza de que as crianças são afetivas por natureza e potentes para compreender o mundo social. Portanto, essa fase vai passar!

Artigo enviado por Silvia Adrião, Diretora Pedagógica da Escola AB Sabin




Saiba mais sobre a Escola AB Sabin


A Escola AB Sabin é um colégio Sócioconstrutivista que atende alunos da educação infantil no bairro do Butantã, em São Paulo.


Na AB Sabin, cada espaço foi pensado estrategicamente para que a criança possa vivenciar experiências profundas, com as melhores referências para uma prática ativa e qualificada de educação infantil.


A Escola AB Sabin se destaca por:

  • Sustentabilidade e natureza

  • Aprendizado por projetos

  • Desenvolvimento socioemocional


Para ver a infraestrutura completa e saber qual o valor da mensalidade da Escola AB Sabin, acesse o comparador de escolas particulares SchoolAdvisor clicando aqui. 


Se preferir, entre em contato com a Escola AB Sabin por WhatsAp, clicando aqui. 

bottom of page