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Chega o momento de ir para a escola!

Por Maristela Paiva, Coordenadora Pedagógica da Escola Stagium, Diadema - SP


A entrada na escola das "novas" crianças, bem pequenas, envolve as esferas mais profundas de emotividade e afetividade.

Os pais entendem que esta é a melhor escolha para a criança, pois a escola será um espaço que potencializará as curiosidades, criará oportunidades e sempre novos estímulos para as suas descobertas, ajudará a aprender e conhecer o mundo. Nos espaços dela, poderão se movimentar bastante, gastar energia, se comunicarão e se relacionarão com outras crianças.

Entre os acontecimentos mais importantes da vida de toda criança, certamente está a entrada na escola, talvez o mais relevante para todos e não só para ela. Este momento constitui, de fato, a separação da criança dos pais. É um evento esperado e, ao mesmo tempo, cheio de expectativas e ansiedade. São múltiplas emoções que se entrelaçam: o desconforto pela separação, a curiosidade por um novo ambiente, a vontade de brincar. Trata-se do início de um novo caminho que, na maioria das vezes, é para a criança sua primeira experiência no social, em um novo ambiente, se relacionando com pessoas que não pertencem ao seu contexto familiar e no qual ela aprenderá uma nova percepção de si mesma: estar com autonomia, sem a família.

É um momento desafiador para as crianças e igualmente difícil para os pais.

Neste aspecto é importante que a escola seja um ambiente de relação de confiança e colaboração com as famílias, ambos precisam ser tratados como indivíduos e serem capazes de confiar nas pessoas que estão conhecendo. A equipe escolar precisa conduzi-los de mãos dadas para descobrir a nova escola, seus ambientes, ajudá-los a estabelecer relações positivas para viver uma experiência agradável e estimulante. As posturas vindas por parte da equipe escolar nos primeiros dias são decisivas, porque revelam o estilo educativo e relacional da escola. Prevê-se, portanto, uma organização particular dos tempos, de espaços e recursos, para atender às necessidades de cada criança, sejam elas já frequentadoras ou dos alunos que estão chegando.

Os pais não precisam se sentir desconfortáveis ​​se a criança demorar mais tempo para se adaptar, também o fato de deixar a criança na escola, nesta fase, não é uma atitude de "não-amor".

Cada criança tem seu próprio tempo e predisposições, caberá à escola respeitá-los e valorizá-los. Para alguns, o primeiro contato com a escola é visto como algo mais natural, para outros, confiar no novo ambiente e nas pessoas é um processo maior, pois sentem a separação das figuras parentais como uma perda.

Como a escola pode ajudar?

O período de acolhimento será dedicado à observação das crianças de forma a organizar o ritmo de inserção mais adequado às necessidades da criança e da família.

A família é essencial neste momento, precisa ser incluída e preparada para esta nova etapa.

Família e criança precisam, neste momento, de uma escola onde os educadores tenham uma postura de escuta, acompanhamento e interação com as famílias. Uma equipe que possua a capacidade contínua de observar a criança, ler as suas descobertas e necessidades para apoiar e incentivar a relação saudável de crianças e pais, com o novo ambiente.

A criança experimenta muitas emoções, mas também sente as dos adultos e as torna suas. Portanto, é importante que os adultos sintam-se seguros. É normal que surjam dificuldades, mas se os professores e os pais estiverem calmos, as crianças ganharão mais facilmente confiança no novo ambiente. As primeiras semanas de aula são muito importantes, formam a base da construção de um clima emocional e acolhedor das diferenças.

Se as dificuldades persistem, é sempre útil consultar um especialista, para evitar que sejam estruturadas. Muitas vezes, algumas reuniões são suficientes para ajudar tanto as crianças quanto os pais a descobrirem seus recursos e colocarem em prática suas habilidades para lidar com o desapego e a mudança.

O cuidado com o ambiente escolar também tem muito valor, cria uma atmosfera agradável, oferece sensação de equilíbrio que torna a entrada mais tranquila, o que facilita o primeiro contato e exploração. Um ambiente limpo, uma estrutura simples e harmoniosa, materiais bem distribuídos e disponíveis para todos, tudo isso ajuda as crianças a se sentirem bem na escola.

A ida gradual à escola, iniciando com curtos períodos programados, que vão aumentando gradualmente, permite que a criança se sinta confortável no novo ambiente e enfrente o distanciamento da família de uma forma melhor. Também a presença de um educador, como uma referência significativa, cria uma atmosfera tranquilizadora para uma inserção tranquila no novo espaço que a criança passará a frequentar.


Como a família pode ajudar?

Os pais também podem ajudar neste processo sempre falando da escola para a criança como um lugar bom de se viver, demonstrando entusiasmo pela nova experiência. A postura de tranquilizar a criança, nos momentos de choro, deixando-a saber que em breve voltará, ajuda muito para que enfrente o momento da separação. Também é preciso que conscientize os educadores das dificuldades da criança, e se disponibilize, para junto com a escola, encontrar soluções para os possíveis problemas que surgirem.

É preciso que estejam abertos às sugestões dos professores, eles são profissionais da educação e entendem dos interesses das crianças. Mostrar confiança nos professores e funcionários da escola, certamente eles estão aptos e prontos para informar qualquer eventualidade, caso seja necessário.

Será mais fácil para a criança se adaptar à medida que sentir a confiança dos pais na escola e na sua capacidade de permanecer em um novo lugar por algumas horas, sentir-se bem e criar bons relacionamentos. Isso não significa que não haverá mais momentos de insegurança; claro que pode haver dificuldades, mas o fato de ter criado uma boa situação inicial de colaboração escola-família e escola-criança, costuma ajudar muito neste processo.


Adaptar-se ou SER ACOLHIDA?

O termo adaptação pode ser caracterizado apenas pelo fato da criança ficar, e bem, no novo espaço coletivo, que agora tem várias pessoas desconhecidas, com outras regras, relações e limites diferentes da casa, o espaço individual a que ela está acostumada. A criança, sempre se esforça para ficar no novo ambiente da escola, mas o processo de apropriar-se e estabelecer novos vínculos depende essencialmente da forma como a criança é acolhida.

O acolhimento na dimensão do cotidiano, requer do professor a postura de interpretar comportamentos, reações ou mudanças repentinas de humor para ajudar a criança a tomar consciência do que está acontecendo com ela, permitindo-lhe compreender e falar sobre suas emoções. É importante observar as reações de cada criança e apoiá-la nessa experiência, aceitando a expressão de seus sentimentos, mesmo que expressem tristeza, raiva ou medo.

Exige que o professor tenha paciência, firmeza, dedicação e diálogo. É preciso que os educadores não tenham só uma preparação e conhecimentos apurados dos métodos de ensino mais recentes, mas também competências comunicativas que se tornam a prerrogativa indispensável para a criação de uma boa interação. Para realmente criar uma sintonia afetiva, novamente a importância da postura de escuta à criança. Neste caso, não estamos falando de uma escuta apenas com os ouvidos, mas de uma postura de empatia, ou seja, a capacidade de compreender o “modo de ser no mundo” do outro, a partir de dentro, conseguindo identificar-se com sua condição e penetrar em sua dimensão interior.

Um ambiente educativo capaz de atuar nesse sentido, integra e apoia as dificuldades e, ao mesmo tempo, cria um clima de confiança. A compreensão empática ocupa um lugar central na relação, e sobretudo aumenta o potencial da criança. Ela passa a ser mais confiante e aproveitar integralmente o espaço, mostrando-se firme e segura nas relações.

No entanto, o acolhimento não é um momento rápido e passageiro, nem uma estratégia voltada para os recém-chegados. A atitude de acolhimento deve perdurar no tempo, deve constituir um elemento de continuidade, atenção constante às dinâmicas afetivas e necessidades que vão surgindo.

Acolher uma criança significa também acolher a sua família, cada uma portadora de suas próprias culturas e recursos, estão envolvidas no primeiro distanciamento prolongado da criança que ingressa na escola. É um novo cenário em que é preciso respeitar tempos de elaboração do processo de separação, em que criança e pais empreendem um caminho que começa com o conhecimento de novas pessoas, espaços e ritmos. A parceria constante entre educador e família ajuda a criança a passar de forma positiva por esta nova etapa, que certamente trará muitas aprendizagens para todos e, futuramente, a certeza de que as famílias fizeram, no momento certo, a escolha certa.


Artigo por Maristela Paiva, Pedagoga, Coordenadora da Educação Infantil e 1º ano na Escola Stagium, dedica-se a estudos e pesquisas sobre a primeira infância e à formação de professores.

Imagens do acervo histórico da Escola Stagium de 2018 a 2021


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