Respostas que você precisa ter para educar seus filhos com equidade de gênero
O Brasil é um país de professoras: elas são quase 80% dos docentes de escolas regulares, técnicas e EJA, de acordo com dados do Censo Escolar de 2020, do INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão vinculado ao MEC.
Apesar disso, as mulheres sofrem com a desigualdade de gênero.
Em média, os docentes homens recebem 12% a mais que as mulheres. A disparidade de salários é causada principalmente pelo fato de as mulheres estarem mais presentes em níveis escolares mais baixos e regiões com salários menores.
Além disso, a presença de mulheres diminui à medida em que avança o nível das etapas de ensino. Mulheres correspondem a 96% dos professores da educação infantil. No ensino fundamental I e II, elas representam, respectivamente, 88% e 67% dos docentes. No ensino médio, o percentual diminui para 58%.
E você já se perguntou por que isso acontece?
Historicamente, alguns estudiosos sugerem que as mulheres começaram a assumir o papel de professoras durante a expansão do capitalismo e da indústria no Brasil (entre 1889 e 1930). Isso porque o Estado passou a estimular a educação para o povo, de forma a qualificá-lo para o mercado de trabalho.
Na época, muitos homens não tinham qualificação pra trabalhar na produção industrial (onde tinha melhor remuneração). Mas por outro lado, apenas os homens tinham acesso à escolarização e, por isso, assumiam o papel de professores nas escolas. Com o tempo, em busca de melhores salários, começaram a buscar especializações voltadas para o novo cenário econômico, migrando para trabalhar no setor do comércio e nas indústrias.
Foi então que as mulheres, “que aceitavam os baixos rendimentos, as precárias condições de trabalho e o aumento da formação do magistério de 3 para 4 anos, bem como as que queriam sair da esfera doméstica, foram assumindo esse espaço.”
Atualmente, sabemos que ser professor não é apenas um dom ou uma ocupação por falta de opção. Ser professor, requer estudo, dedicação e comprometimento. Sentimos muito que ainda haja desvalorização desses profissionais que formam a base da nossa sociedade.
A informação histórica é da tese “Feminização do Magistério: Algumas Questões”, de Edson Caetano e Camila Emanuella Pereira Neves, para a Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.
Imagem: WIX
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