Por Caroline de Montille Ferreira, Psicóloga Clínica
Hoje em dia a informação é muito mais acessível para todos e, por isso, é mais fácil conseguirmos dados sobre quais as melhores escolas, os projetos de lei e os tratamentos para crianças e adolescentes da educação especial.
No Censo Escolar 2023 ficou evidente que o número de alunos de educação especial matriculados na educação básica aumentou muito: há 5 anos, a taxa de alunos da educação especial matriculados na educação básica era de 87,2%. Em 2023, esse percentual aumentou para 91%.
Entenda como é a distribuição dos estudantes da educação especial
De acordo com o Censo Escolar 2023 do Inep, considerando o total de matriculados na educação especial na educação básica:
952.904 (53,7%) são de estudantes com deficiência intelectual
636.202 são estudantes com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
163.790 são pessoas com deficiência física
88.885 são matrículas de deficiência múltipla
86.867 têm baixa visão
41.491 têm deficiência auditiva
38.019 dos estudantes possuem altas habilidades/superdotação
20.008 das matrículas com surdez
7.321 são alunos com cegueira
693 são estudantes co surdocegueira
Destaca-se neste cenário o aumento de 48% das matrículas de estudantes com TEA, de 2022 para 2023.
O Governo Brasileiro tem trabalhado em prol da inclusão e equidade e, apesar de todas as dificuldades, o saldo é positivo.
Mas, afinal, o que é inclusão?
Inclusão é o processo de garantir que todas as pessoas, independentemente de suas características individuais, tenham acesso igualitário a oportunidades, direitos e recursos na sociedade. Promovendo uma cultura de respeito, aceitação e valorização da diversidade, onde todas as pessoas são reconhecidas e respeitadas por suas diferenças.
Já equidade é a justiça e imparcialidade na distribuição de recursos, oportunidades ou responsabilidades, garantindo que todos sejam tratados de maneira justa e igualitária, levando em consideração suas necessidades individuais e circunstâncias específicas. É sobre garantir que as pessoas tenham o que precisam para ter oportunidades iguais de sucesso.
Como avaliar se uma escola é inclusiva?
Ainda há muito para ser feito, no entanto com o que temos hoje o que devemos procurar na hora de matricular os filhos?
Uma escola inclusiva deve ter uma série de características para garantir que todos os alunos, independentemente de suas habilidades e necessidades, tenham acesso a uma educação de qualidade. Algumas características importantes incluem:
Professores e funcionários capacitados em educação inclusiva e em lidar com diversidade de necessidades;
Salas de aula e instalações acessíveis para alunos com deficiências físicas;
Programas de ensino diferenciados e adaptações curriculares para atender às necessidades individuais dos alunos;
Recursos educacionais adequados, como materiais didáticos adaptados, tecnologias assistivas e equipamentos especializados;
Programas de apoio emocional e social para promover a inclusão e o desenvolvimento de habilidades sociais;
Colaboração com profissionais de saúde, terapeutas e especialistas para fornecer suporte multidisciplinar aos alunos;
Políticas e práticas que promovam um ambiente escolar acolhedor, livre de discriminação e bullying;
Envolvimento ativo dos pais e da comunidade na promoção de uma cultura inclusiva e de apoio.
É claro que muitas vezes apenas recomendações não servem, já que cada pessoa tem uma percepção e um conceito sobre educação. A sugestão é que as famílias pesquisem escolas que atendam aos seus critérios de avaliação (como localização, mensalidade e níveis de ensino oferecidos) e visitem aquelas que melhor se adequem às suas necessidades - de preferência, em horário de aula, para ver como as coisas funcionam na prática.
Avaliar o ambiente, ver recursos disponíveis, conversar com professores e equipe de apoio é importante. Também é fundamental conhecer o histórico dos professores e saber se a escola contrata profissionais qualificados, ou tem um programa de qualificação dos docentes e de toda equipe escolar, para que saibam agir de modo assertivo e trabalharem a inclusão efetiva.
Conclusão
É muito importante garantir que as crianças tenham acesso à uma educação de qualidade, independentemente de suas diferenças. A colaboração entre escola, família e comunidade é de suma importância para criar ambientes inclusivos, que promovam o respeito a diversidade e o desenvolvimento integral dos alunos.
Se a prática de inclusão for apoiada e vivenciada no dia a dia e na aprendizagem com a participação de todos os alunos, a diversidade será vista como força e não como barreira.
Sobre a autora
Caroline de Montille Ferreira (CRP 06/134214) é Psicóloga Clínica formada pela Universidade Paulista, Pós-graduada em Transtorno do Espectro Autista pela CBI of Miami, Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental para crianças e adolescentes pela CETCC.
Para saber mais sobre o trabalho da Caroline, entre em contato com 11 97509-8483
Referências: www.gov.br - https://www.tjdft.jus.br - https://blogfca.pucminas.br - https://diversa.org.br/
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